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A prostituta

Se Deus realmente existe
Que a faça crer em bondade
Que a faça crer no amor
Que faça de seus sonhos, realidade.

Se Deus realmente existe
Que torne sua vida feliz
Que transforme a torturada meretriz
Em uma dama de verniz.

E essa dama de verniz,
Que seja bela e honrosa
Que seja, também, cheirosa
Que a voz soe majestosa.

E essa voz há de gritar
Há de espernear, há de falar
Há de dizer o que tanto teme
Porque tanto geme,
Porque tanto treme.

Essa meretriz tem um coração
E não é em vão
Que tanto perde a razão.

E para essa mulher sofrida
Sobrou esta vida
E sem dignidade segue a lida.

Apertou-lhe o coração sufocado
Que de tão maltratado
Viu-se abusado.

Decidiu acabar com aquilo
E com apenas um tiro
Livrou-se do martírio.

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Pedaços de mim

Sumir dentro de mim Inerente tristeza sem fim Almejando felicidade plena Diariamente me envenena Caixão e cadáver em seus devidos lugares A vida e a morte sublinhando pares Água saindo de sua devida fonte Futuro incerto e vista do horizonte Praguejo e desejo Nessa hora, teu beijo Conforta-me e me acalma Acalenta minh'alma Respira meu ar aflito Perfuma meu atordoado espírito Embeleza o amor Leve-me para onde for

Demorado

Eu fiz uma carta para o meu amor, E nessa carta, explicitei toda essa dor. Que dilacera meu pobre coração Que sofre e espera, e é tudo em vão. Talvez tudo o que falamos O que sentimos e pensamos Fora mera imagem montada E tudo isso, para nada. São meros devaneios Tolos e sofridos anseios Tornou-se uma doença Essa de clamar por tua presença Outros lábios eu beijei Outros corpos, eu toquei. Outros amores, eu tentei. Veja só como eu errei Pensei que fácil seria Livrar-me dessa agonia Dessa paixão que me sufoca Que maltrata; que desloca. Tentei esse amor findar Tanto queria não me machucar Mas era amor, e assim costuma ser. Demorado... Para esquecer.

Dúvidas

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