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A política do amor

A política do amor não é justa, nem sensível. Principalmente para as mulheres. Amamos, apaixonamo-nos e omitimos tantas coisas... Se estivermos com saudades, tentamos nos conter e controlar a emoção ao ver a pessoa amada. Dizemos para nós mesmas: não demonstra felicidade, mostre que pouco se importa! Mas não é verdade... Ela chorou a noite inteira por causa daquele término de namoro, que ela mesma colocou um ponto final! Disse que não dava mais para ser daquele jeito, que ele devia lhe dar mais atenção! Tentou provoca-lo e disse: você vai me perder, é melhor terminarmos... É claro que ela não queria terminar nada! Ela queria que ele correspondesse ao amor dela, que fosse mais carinhoso... E ele aceitou o término, e nem ao menos se importou. E ela chorou a noite inteira, sonhou com ele. Pensava nele no trabalho, no cursinho, enquanto fazia as unhas... E ele estava na balada, tomando uma cerveja e passando a mão nas coxas de uma mulher qualquer. Ela era linda e ele a achava gostosa. Ela teve uma recaída e pediu para voltarem. Ele aceitou, por que não? E a mesma história se repetia... Não só nesse lar, mas em outros tantos lares. E não importava tanto a sua idade, os pensamentos não são tão diferentes... Talvez os jovens tenham a tendência de serem fatalistas e se apegam com facilidade. Mas também desapegam com a mesma facilidade. Aquela mulher que já está chegando nos seus 40, casou e se divorciou, “ele era muito safado, me traía com a empregada”, dizia ela. “Mas ele me deixou uma gorda pensão”. “Ai, amiga, pelo menos isso, né?! O safado do Robervaldo nem isso fez; o imprestável não tinha onde cair morto; perdi 10 anos da minha vida!!!”. E ela decidiu procurar a Internet, afinal, está na moda. Entrou em um dos tantos bate-papos que existem e achou um homem perfeito. Tinha olhos azuis, corpo escultural e uma gorda conta bancária. Marcaram um encontro... “Mas o que diabos é fake webcam?”. Tadinha... Não tinha tanta experiência com a Internet, revoltou-se e decidiu tentar algo mais tradicional: foi a um encontro marcado por uma amiga que já estava casada e feliz e tinha um ex-paquera que estava “na seca”. Sentiu-se humilhada, mas achava que não havia mais alternativa. (Quero deixar um “P.S.” aqui que não há generalização, essa estava realmente desesperada, aliás, todos somos um pouco desesperados... Apenas alguns têm sorte e outros nem tanto... Alguns têm dinheiro e outros nem tanto...). Essa teve sorte, Dona Júlia disse que estão casados até hoje. Ele é um tanto quanto alcoólatra, mas Dona Júlia disse que já está no AA, é um sucesso por lá. Ai... A vida... Aquela garota de 11 anos ainda não gostava de namoros, achava que era nova e queria estudar... Mas as amigas gritavam quando viam o garoto mais lindo e popular do colégio, fazia o 3º ano do ensino médio. Ela se sentiu envergonhada e decidiu arranjar um pretendente. “Aquele ali, é um gato e mais velho, adoro!”. Uma vez o cara chegou perto dela e a chamou para irem ao cinema, pois sua amiga mais velha, super descolada e que já tinha um corpo de mulher disse a ele que ela estava “afim”. Coitada, ela saiu correndo...
“Ai, ele beija tão mal...” “Nossa, que menina abusada, quis dar em cima do meu namorado, eu não deixei, dei um tapa na cara dela pra deixar de ser vaca!”. Essas mulheres... Por que tantas não se valorizam e deixam o orgulho de lado por causa dos homens? Ok, não posso dizer que todos não prestam, seria feminismo demais. Aliás, tenho a teoria de que eles só prestam quando estão apaixonados, ou alguns deles... “Nossa, que homem lindo e super educado, queria um desses...”. Era gay. Até nisso os homens levam mais vantagens!
Mas não se preocupe; um dia aquela blusa velha que ele não usa mais estará em seu corpo depois de uma noite de amor. E estarão brigando porque a escola do filho mais velho é muito cara e ele gasta toda a mesada na lan house. E estarão completando 10, 20, 30 anos de casados... Os netos chegarão e com eles será desse mesmo jeito. E assim a política do amor acontece. Sofrida, estressante, mas gratificante e recompensadora. Que nos faz evoluir como seres humanos, afinal, a vida não teria graça sem ela.

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