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Mostrando postagens de 2009

Demorado

Eu fiz uma carta para o meu amor, E nessa carta, explicitei toda essa dor. Que dilacera meu pobre coração Que sofre e espera, e é tudo em vão. Talvez tudo o que falamos O que sentimos e pensamos Fora mera imagem montada E tudo isso, para nada. São meros devaneios Tolos e sofridos anseios Tornou-se uma doença Essa de clamar por tua presença Outros lábios eu beijei Outros corpos, eu toquei. Outros amores, eu tentei. Veja só como eu errei Pensei que fácil seria Livrar-me dessa agonia Dessa paixão que me sufoca Que maltrata; que desloca. Tentei esse amor findar Tanto queria não me machucar Mas era amor, e assim costuma ser. Demorado... Para esquecer.

Dúvidas

O que torna esse coração tão aflito? E essas mentes, consideradas insanas? Seria essa química que em seus cérebros se ausenta? Ou um infortúnio proveniente de um pecado estendido? Dos primatas ou de Adão? Por Darwin ou por Deus? Onde estará a explicação De tanto malefício para um coração? Desconhecidos que habitaram essas terras A fé que sustenta povos Qual será a verdade para tudo? Desse mundo de sonhos, choros e guerras... Psicopatas, esquizofrênicos, ateus. Psiquiatras, terapeutas, religiões. Igrejas que enganam ou sanam Esses medos aparentes nos olhos teus. Nesse pedaço de papel Junto idéias ou perguntas que não consigo responder Talvez um dia tudo seja esquecido. E sobrarão lembranças de um fictício inferno e céu. Ou Deus me dirá para que vieram Por que vieram e para onde irão. E só me resta nesse abismo observar Esses tolos ou sãos que tanto esperam.

Os apaixonados

Os apaixonados se entreolham com ardor Os apaixonados sentem um quase amor Esse quase amor se transforma em dor Se sem reciprocidade esse sentimento for Ela quis um delicado beijo Ele sentiu um grande desejo E como um notável ensejo Sentiram-se com grande pejo Tímidas criaturas Entrelaçaram-se, nuas. E São Francisco pôde sentir O amor que fizeram ali Suas línguas juntaram-se Formaram a união perfeita Suas mentes modificaram-se Da confissão que para ele fora feita E como em um conto de fadas Ele a pediu em casamento Tantos anos depois Veio o verdadeiro tormento E o amor que ali acontecia Era só por parte dela, uma injúria. E os enamorados as xícaras quebraram Despejando tanta fúria E ele hoje se sente sozinho Arrepende-se do caminho Que atordoado resolveu seguir Agora é tarde, ela não está mais ali.

A política do amor

A política do amor não é justa, nem sensível. Principalmente para as mulheres. Amamos, apaixonamo-nos e omitimos tantas coisas... Se estivermos com saudades, tentamos nos conter e controlar a emoção ao ver a pessoa amada. Dizemos para nós mesmas: não demonstra felicidade, mostre que pouco se importa! Mas não é verdade... Ela chorou a noite inteira por causa daquele término de namoro, que ela mesma colocou um ponto final! Disse que não dava mais para ser daquele jeito, que ele devia lhe dar mais atenção! Tentou provoca-lo e disse: você vai me perder, é melhor terminarmos... É claro que ela não queria terminar nada! Ela queria que ele correspondesse ao amor dela, que fosse mais carinhoso... E ele aceitou o término, e nem ao menos se importou. E ela chorou a noite inteira, sonhou com ele. Pensava nele no trabalho, no cursinho, enquanto fazia as unhas... E ele estava na balada, tomando uma cerveja e passando a mão nas coxas de uma mulher qualquer. Ela era linda e ele a achava gostosa. Ela

O tempo

O tempo... Ah, o tempo diz muita coisa sobre tudo! O que seria do Brasil sem seus mais de 500 anos de história? As evoluções científicas; a tecnologia que avança a cada instante; as leis criadas na tentativa de minimizar os problemas sociais que surgiram há muito tempo atrás, antes mesmo de nosso país ser descoberto. Mas isto não é um texto dissertativo-argumentativo, nem espero que me dês uma nota decente. São pensamentos, aquelas vagos, cheios de sentimento... Ah, meus sentimentos por ti são incalculáveis. O dia em que te vi, o momento em que olhei em teus olhos, o ontem em que sonhara que beijava teus lábios. Tempo, tempo, tempo! O tempo que nos aproxima, nos separa. O tempo é o culpado! Maldito tempo! Mas o que seria o tempo? Seria beijo? Ou minhas mãos sobre o teu corpo? Ou o meu sorriso que transparece imensurável felicidade ao te ver? Quando sinto o amor, não penso em tempo, não vejo obstáculos, não quero dor. O tempo não é desculpa plausível para nada! Nada nos impede! Nada imp

A prostituta

Se Deus realmente existe Que a faça crer em bondade Que a faça crer no amor Que faça de seus sonhos, realidade. Se Deus realmente existe Que torne sua vida feliz Que transforme a torturada meretriz Em uma dama de verniz. E essa dama de verniz, Que seja bela e honrosa Que seja, também, cheirosa Que a voz soe majestosa. E essa voz há de gritar Há de espernear, há de falar Há de dizer o que tanto teme Porque tanto geme, Porque tanto treme. Essa meretriz tem um coração E não é em vão Que tanto perde a razão. E para essa mulher sofrida Sobrou esta vida E sem dignidade segue a lida. Apertou-lhe o coração sufocado Que de tão maltratado Viu-se abusado. Decidiu acabar com aquilo E com apenas um tiro Livrou-se do martírio.

Inatingibilidade

O que pulsa na tua veia, a tua pálpebra sensível, é este o meu amor, que me domina, inatingível. O teu sangue escorre, por mim, por todos nós. Tua boca, minha língua, teu sussurro, minha voz. Temes que o amanhã não chegue, sentes frio, acoberta-te. Pede meu manto natural, possuinte do meu bem e mal. Tens a audácia de achar que todos sentem desejo por ti. Quase como um sofrimento, todos sentem, na tua percepção, ao te ver partir. Escondendo a amargura da solidão que te fere todas as noites - frias, vazias, sem destino certo. E te recebe como uma mãe que aceita o filho prodígio, meu peito, todo aberto. Tão seca é a tua saudação comigo. Aflige-me e distorce meu libido. Habituo-me com a tua imensurável beleza, com teu olhar calmo, proveniente de tantos mistérios. Assemelho-o a Veneza, onde as águas estão mescladas, como o meu sentimento perante ao teu, diamante raro, de poucos minérios. Assim, acomodada em apenas te desejar, sinto de longe essa vontade que me corrói, de toda

Conformismo

Já me conformei em ser o cúmulo da sensibilidade. Mas que mal há? Pergunto-me se todos não deveríamos ser mais adeptos ao amor, independentemente de consequências, como o próprio sofrimento. Mas não há de sofrer mais ao temer não se apaixonar? Ou o que dirá dos não-amantes em suas vidas banais, sem imagens montadas ou reais para, em uma tarde fria, suspirar? Confesso que nós, românticos, sentimos na pele o quanto o mundo caótico e frio - assim tornou-se - torna incompreensíveis estas demonstrações de afeto, carinho e sentimento à flor da pele. Valha-me Deus! Onde estará aquele ser que me complete?