Pular para o conteúdo principal

Inatingibilidade

O que pulsa na tua veia, a tua pálpebra sensível,
é este o meu amor, que me domina, inatingível.
O teu sangue escorre, por mim, por todos nós.
Tua boca, minha língua, teu sussurro, minha voz.
Temes que o amanhã não chegue, sentes frio, acoberta-te.
Pede meu manto natural, possuinte do meu bem e mal.
Tens a audácia de achar que todos sentem desejo por ti.
Quase como um sofrimento, todos sentem, na tua percepção, ao te ver partir.
Escondendo a amargura da solidão que te fere todas as noites - frias, vazias, sem destino certo.
E te recebe como uma mãe que aceita o filho prodígio, meu peito, todo aberto.
Tão seca é a tua saudação comigo.
Aflige-me e distorce meu libido.
Habituo-me com a tua imensurável beleza, com teu olhar calmo, proveniente de tantos mistérios.
Assemelho-o a Veneza, onde as águas estão mescladas, como o meu sentimento perante ao teu, diamante raro, de poucos minérios.
Assim, acomodada em apenas te desejar,
sinto de longe essa vontade que me corrói, de todas as noites te beijar.
E deixo nas entrelinhas o quanto amo cada detalhe pertencente a ti.
E deixas tão perceptível em tua vida, a falta de importância em eu nela existir.

Postagens mais visitadas deste blog

Pedaços de mim

Sumir dentro de mim Inerente tristeza sem fim Almejando felicidade plena Diariamente me envenena Caixão e cadáver em seus devidos lugares A vida e a morte sublinhando pares Água saindo de sua devida fonte Futuro incerto e vista do horizonte Praguejo e desejo Nessa hora, teu beijo Conforta-me e me acalma Acalenta minh'alma Respira meu ar aflito Perfuma meu atordoado espírito Embeleza o amor Leve-me para onde for

Demorado

Eu fiz uma carta para o meu amor, E nessa carta, explicitei toda essa dor. Que dilacera meu pobre coração Que sofre e espera, e é tudo em vão. Talvez tudo o que falamos O que sentimos e pensamos Fora mera imagem montada E tudo isso, para nada. São meros devaneios Tolos e sofridos anseios Tornou-se uma doença Essa de clamar por tua presença Outros lábios eu beijei Outros corpos, eu toquei. Outros amores, eu tentei. Veja só como eu errei Pensei que fácil seria Livrar-me dessa agonia Dessa paixão que me sufoca Que maltrata; que desloca. Tentei esse amor findar Tanto queria não me machucar Mas era amor, e assim costuma ser. Demorado... Para esquecer.

Dúvidas

O que torna esse coração tão aflito? E essas mentes, consideradas insanas? Seria essa química que em seus cérebros se ausenta? Ou um infortúnio proveniente de um pecado estendido? Dos primatas ou de Adão? Por Darwin ou por Deus? Onde estará a explicação De tanto malefício para um coração? Desconhecidos que habitaram essas terras A fé que sustenta povos Qual será a verdade para tudo? Desse mundo de sonhos, choros e guerras... Psicopatas, esquizofrênicos, ateus. Psiquiatras, terapeutas, religiões. Igrejas que enganam ou sanam Esses medos aparentes nos olhos teus. Nesse pedaço de papel Junto idéias ou perguntas que não consigo responder Talvez um dia tudo seja esquecido. E sobrarão lembranças de um fictício inferno e céu. Ou Deus me dirá para que vieram Por que vieram e para onde irão. E só me resta nesse abismo observar Esses tolos ou sãos que tanto esperam.