O que pulsa na tua veia, a tua pálpebra sensível, é este o meu amor, que me domina, inatingível. O teu sangue escorre, por mim, por todos nós. Tua boca, minha língua, teu sussurro, minha voz. Temes que o amanhã não chegue, sentes frio, acoberta-te. Pede meu manto natural, possuinte do meu bem e mal. Tens a audácia de achar que todos sentem desejo por ti. Quase como um sofrimento, todos sentem, na tua percepção, ao te ver partir. Escondendo a amargura da solidão que te fere todas as noites - frias, vazias, sem destino certo. E te recebe como uma mãe que aceita o filho prodígio, meu peito, todo aberto. Tão seca é a tua saudação comigo. Aflige-me e distorce meu libido. Habituo-me com a tua imensurável beleza, com teu olhar calmo, proveniente de tantos mistérios. Assemelho-o a Veneza, onde as águas estão mescladas, como o meu sentimento perante ao teu, diamante raro, de poucos minérios. Assim, acomodada em apenas te desejar, sinto de longe essa vontade que me corrói, de toda...